Chega Fevereiro de 2021 e o mundo continua em suspensão.

O Governo Federal Brasileiro implode a economia num entreguismo desenfreado de recursos estratégicos nacionais a conglomerados estrangeiros sob a égide de uma ideologia neoliberal pela privatização de empresas públicas brasileiras. Nada nunca foi tão desonesto, tão comprado, tão alaranjado.

O mote é que é preciso garantir a injeção de capital estrangeiro na economia brasileira flexibilizando leis de proteção à produção e ao trabalho no Brasil, de maneira que se facilite os encargos do produtor e que se gere mais empregos. E principalmente em campanha para fazer acreditar que o melhor é não haver política contra o combate à Covid-19 no Brasil, pelo bem de não prejudicar as finanças, mesmo com todas as evidências de que as classes mais altas se beneficiaram e muito com a epidemia. Apenas com a diminuição de custos como os com escritórios, transportes e alimentação de funcionários, economizou-se de maneira sem prescedentes. Inclusive o custo da internet para o trabalho foi transferido para o trabalhador. Um país com menos gastos para os donos e também com menos gente velha e pobre a quem dever direitos.

A imprensa oligopólica brasileira, que tem por tradição defender o que costuma ser de interesse de banqueiros, acaba não garantindo a voz da discordância, do argumento do contraponto que inclua ideias de responsabilidade social e da busca por garantias de desenvolvimento sustentável, o que acaba gerando na sociedade a sensação de que a crise é culpa de quem não adotou tais medidas de austeridade antes, ao invés de sensibilizar o espectador e garantir o debate sobre continuar investindo no combate à corrupção e na capacidade de gestão de empresas públicas que geram lucro e que por vezes vêm a ser vendidas a toque de caixa pelo mesmo valor de seus lucros anuais.

Enquanto isso, países do sul da União Europeia vivenciam grandes crises justamente por terem sido nas décadas anteriores obrigados pelos países fortes da Zona do Euro a contraírem dívidas para reformas que só os tornaram mais subalternos política e economicamente.

Não acontecendo um debate mais profundo sobre o contexto geopolítico e o papel da grande imprensa para a formação de opinião, via editorias que favorecem narrativas que minam soberanias nacionais, como faz a maior parte da imprensa ocidental, altamente monitorada e com conteúdo financiado por recursos controlados por fontes ligadas ao complexo industrial bélico estadunidense, continuaremos a ser uma colônia de exploração, como todos os que aceitam e aqueles também que em 2021 não aceitam o tom impositivo das relações exteriores norte americanas, que continua a criar ofensivas de guerra híbrida biotecnológica jurídico midiática, financiando personalidades políticas duvidosas e entidades que usam de fakenews para gerar opinião em meio ao caos e à crise.

Assim o Brasil segue ladeira abaixo, transformado em um Estado Narcotraficante pela parceria entre a parte podre do Exército Nacional e a milícia do Rio de Janeiro, com apoio popular.

Nesse contexto, Teatro Hoje se coloca como uma plataforma de defesa às artes e ao teatro genuinamente brasileiros, sem entreguismos de forma ou conteúdo, sempre trabalhando para o aprofundamento da discussão sobre a originalidade e a força do teatro no Brasil. Nossas páginas se dedicam a esse debate e a esse serviço.

No que depender do Governo Federal momentâneo, não é bom esperar política séria para os trabalhadores das artes, com grandes facilitações ao setor fora os acordos de balcão, principalmente pois foi possível ver pelo passeio que o recurso da Lei Aldir Blanc deu por aí, chegando a municípios que os devolveram por não saber o que fazer com verbas para a cultura, e ainda mais pois o que deveria ser emergencial para 2020, em 2021 em muitos lugares o recurso simplesmente ainda não chegou no agente cultural.

A classe teatral dá indicativos de que tenta se reinventar com o uso da Internet, mas em país onde nem todos estão incluídos digitalmente, dá pra imaginar que o grande público, que muitas vezes nunca entrou em um teatro, continue sem imaginar muito bem o que seria esse lance das lives de teatro. Especialmente quando o normal é teatro musical brasileiro virar Brodway Brasileira e o Sertanejo virar Country.