Não, leitor, você não leu errado. Embora tenha morrido antes de completar seu centenário de vida, o verbo é colocado no presente porque ela continua sendo uma das artistas mais reverenciadas pela classe teatral, pela crítica e pelo público.
Abigail Izquierdo Ferreira veio ao mundo a 1 de junho de 1922, viveu entre nós 96 anos e, em 2019, encantou-se e virou uma estrela.
Atriz, cantora, compositora, diretora, iluminadora, tradutora, pessoa muito culta, dominava vários idiomas e, como se não bastasse, era modesta, dizia que mal falava o português.
As homenagens foram muitas: começaram com a missa em sua memória, na Igreja Nossa Senhora da Encarnação (Largo do Chiado, Lisboa) dia 13 de fevereiro, quando completaram três anos da morte de Bibi. Um dia após a missa, no dia 14, Nilson Raman inicia o projeto Celebrando Bibi, disponibilizando as peças e memórias que tinha gravado.
Um espetáculo por dia, até 8 de março, Dia Internacional da Mulher. No dia 28 de fevereiro, a carreira profissional de Bibi completava 81 anos, quando estreou ao lado do pai, Procópio Ferreira, no Teatro Serrador (RJ) na comédia de Volpone, La Locandiera, aqui batizada de O Inimigo das Mulheres, por seu tradutor Gastão Pereira da Silva.
No dia 1o. de junho, na comemoração de seus 100 anos de nascimento, Bibi recebia mais homenagens: o livro Bibi Ferreira – a saga de uma diva, de Jalusa Barcelos, foi lançado no Teatro Cesgranrio, seguido de um pequeno-grande show com Claudia Neto, Izabella Bicalho e Stella Maria Rodrigues; e o descerramento da placa em sua homenagem, nominando o espaço Cidade das Artes de Bibi Ferreira. Na Rádio Roquete Pinto, o programa Carioquices, de Ricardo Cravo Albim, também fez uma bonita homenagem. As emissoras de rádio e TV comemoraram a data com vários textos lembrando a brilhante carreira de Bibi. Nas redes sociais, choveram homenagens de artistas, técnicos e público.
No dia 3 de junho, mais uma grande homenagem: a reestreia da peça Bibi, uma vida em musical – Um tributo aos 100 anos de Bibi Ferreira, em temporada até 31 de julho no Teatro Riachuelo.
Bibi, uma vida em musical tem texto de Artur Xexéo e Luanna Guimarães, e direção geral de Tadeu Aguiar. Amanda Acosta vive Bibi em interpretação premiada (melhor atriz 2018 – APCA, Reverência, Cesgranrio, entre outros). O musical tem uma trajetória vitoriosa: ganhou 44 prêmios e recebeu 110 indicações. O espetáculo está em cartaz no Teatro Riachuelo.

Maria Alice Silvério é produtora e faz parte da redação de Teatro Hoje.