O que fazer com um corpo em processo de luto? Como ressignificar corporalmente o estado não lugar da criação? Quando penso e se o amanhã não existe. É apenas a esperança de que teremos uma nova oportunidade para não nos arrependermos daquilo que não fizemos. Amanhã é a tradução semântica do otimismo. Empurro para um virtual amanhã os espinhos que me ferem hoje a carne e me lembram da minha humanidade. Se tiver que ligar, ligue agora. Se for pra chorar, chore agora. Se for pra perdoar, perdoe agora.Se for pra recomeçar, recomece agora. Se tiver que dizer que ama, diga agora. Faça tudo agora, porque o agora já está nas mãos, mas o amanhã simplesmente não existe. Amanhã ainda não veio e, se vier, quando vier não será mais “amanhã”, e sim um outro “agora”, que pode, inclusive, não vir. E assim quando o corpo expressa e a mente vagueia Memórias afetivas despertam, são acolhidas e transformadas. Tudo o que eu sabia era que “O amanhã talvez não exista”, hoje meu desejo é que eu tenha vida para que possamos (juntos, coletivamente) viver outros amanhãs.

Duração: 50 min. Classificação etária: livre. 11 de Março de 2022, ás 11h, na EMEF Professora Célia Bacelar, em Itamira – Ponto Belo-ES. Entrada gratuita.

O espetáculo de dança “O Amanhã talvez não exista” faz parte do projeto  de circulação “Uma viagem ao Interior” criado pela Belas Artes Projetos Culturais, contemplado pela Lei Emergencial Aldir Blanc.  A apresentação faz um convite ao público para olhar para dentro de si e mergulhar em suas próprias emoções. Esta viagem é guiada pelo bailarino Marcelo Oliveira, e conta com apoio e produção de  Alif Ferreira, Vitória Dornelas e Luma Malverdi.

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