Mamáfrika – Pautada em questões reais e cotidianas, MamÁfrika é um drama familiar cujos personagens representam grupos políticos da comunidade negra. A peça, que se propõe a debater a evasão escolar e exclusão social e a consolidação das leis de cotas e seus impactos políticos e econômicos, retrata o desemprego entre a população jovem e negra, aborda o matriarcado como dinâmica familiar predominante entre os afrodescendentes, e reflete sobre teorias raciais, como o pan-africanismo e a afrocentricidade.
A peça gira em torno de quatro personagens principais: MamÁfrika, Baba Obá, Olu e Odé. No desenrolar da história, vamos sendo apresentados às narrativas conhecidas como, a necessidade de migração das famílias do nordeste para o sudeste do país para fugir da seca, dupla jornada de trabalho para conseguir sustentar a família, chacina, estupro e desamparo social.
Livremente inspirada em situações reais, narrativas ancestrais e simbólicas, MamÁfrika é uma história com várias camadas de compreensão. Em uma primeira delas, temos o drama familiar próprio dos grupos marginalizados que vão buscar na escolarização dos filhos a via de ascensão social da família. Todavia, o fracasso de Odé lança luz sobre uma realidade vivida por jovens que entram na universidade.
A peça, exibida em formato virtual, propõe um olhar sensível, atento, uma reflexão sobre alguns dilemas vivenciados por parte das pessoas pretas no Brasil. A partir da tradução audiovisual de cenas e gestos que trazem memórias afetivas, ancestrais, MamÁfrika também faz um recorte sobre os impactos subjetivos e econômicos de uma geração que migrou da região Nordeste para o Sudeste em busca de melhores condições de vida e de uma outra, descendente da anterior, a geração que teve acesso às políticas públicas voltadas para a educação e a cultura, e, de forma frustrada, não consegue se inserir no contexto formal do mercado de trabalho.
A obra artística retrata lutos, padrões sociais excludentes e a sangrenta e multifacetada batalha diária da comunidade negra pela sobrevivência e existência com plenitude, o matriarcado como dinâmica familiar predominante neste contexto. Esses aspectos são trazidos para as cenas com presença, pertencimento, embasados em alguns aspectos civilizatórios afro-brasileiros como a energia vital, a corporeidade, a circularidade e a oralidade. Espiritualidade, ritual. Alguns ciclos se rompem, e outros se repetem, .
Elenco: Cátia Costa, Paulo Guidelly e Marcelo Magano. Dramaturgia: Gabo Barros, Marcelo Magano e Saulo Adão. Direção: Gabo Barros. Figurino e Adereços: Rona Neves. Arte e Design: Lisimba Dafarí. Edição e Finalização: André Martins e Saulo Adão. Produção Operacional: Janyne Souza. Captação de Som: Priscila Alves. Produção de Set: Rafael Melo. Técnico de Videoconferência: Marquinho Tormenta. Assistência de direção de fotografia: Miguel Gil. Trilha Sonora: Thayan Ribeiro. Acolhedora: Gisele Mota e Clarice Miranda
4 a 27 de junho de 2021 – Sexta-feira a domingo, às 20 horas – temporada online
Ingressos grátis no sympla, link: https://www.sympla.com.br/espetaculo-mamafrika—2021__1235590
Classificação: 14 anos.
8 de junho – Live com conversa mediada pela equipe e convidados online